segunda-feira, 6 de maio de 2013

Louis Compte registrou a primeira fotografia brasileira

Artigo interessantíssimo do Fós Grafê sobre o primeiro registro de fotografia no Brasil, replicando: 

Enquanto os brasileiros realizavam o registro de imagens por meio de litogravuras, pinturas e aquarelas, a invenção da fotografia era anunciada na França, graças aos conhecimentos de Louis Jacques Mandé Daguerre, que, posteriormente, trabalharia em parceria com Joseph Nicéphore Niépce para aprimorar seu equipamento.
Daguerreótipo (1839)

Em 19 de agosto de 1839, o Jornal do Commercio trouxe à Corte e aos brasileiros a notícia de que havia um novo instrumento, chamado daguerreótipo, fazendo maravilhas fotográficas pelo mundo. Poucos meses depois, em 16 de janeiro de 1840, o mesmo jornal deu a feliz notícia de que o primeiro daguerreótipo havia demonstrado sua “mágica” no Brasil, pelas mãos de Louis Compte:

Finalmente passou o daguerreótipo para cá os mares e a fotografia que até agora só era conhecida no Rio de Janeiro por teoria (…) Hoje de manhã teve lugar na hospedaria Pharoux um ensaio fotográfico tanto mais interessante, quanto é a primeira vez que a nova maravilha se apresenta aos olhos dos brasileiros (…) é preciso ver a coisa com seus próprios olhos para se fazer idéia da rapidez e do resultado da operação. Em menos de nove minutos o chafariz do Largo do Paço, a praça do Peixe, o mosteiro de São Bento (…) se acharam reproduzidos com tal fidelidade, precisão e minuciosidade, que bem se via que a coisa tinha sido feita pela própria natureza, e quase sem a intervenção do artista”.

Louis Compte, capelão de um navio-escola francês, aportou no Rio de Janeiro apenas de passagem, mas deixou o povo brasileiro (especilamente o imperador D. Pedro II) encantado com o resultado de suas três demonstrações. Uma das imagens registradas é essa logo abaixo, feita no Paço da Cidade no Rio de Janeiro. Gostei muito da foto e me diverti bastante imaginado o burburinho que a novidade gerou em nossas terras tropicais.
Paço da Cidade - Rio de Janeiro (1840) 
D. Pedro II ficou tão arrebatado com o que viu que não aguentou esperar. Dois meses depois da demonstração de Compte, em março de 1840, adquiriu seu primeiro daguerreótipo, tornando-se o maior divulgador da arte no país e o primeiro fotógrafo brasileiro, com apenas 15 anos de idade.

Em um país iletrado, as potencialidades da fotografia foram rapidamente percebidas e utilizadas. Na mesma época da invenção do telégrafo, do telefone e do motor a explosão, que fazia a rapidez tornar-se sinônimo de progresso e qualidade, o daguerreótipo foi recebido de braços abertos e se espalhou com agilidade entre aqueles que podiam pagar por ele.

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