terça-feira, 5 de março de 2013

Fotografia Naturalista

Antes de causar qualquer confusão, deixo claro que este post não trata de fotografias de natureza, mas sim do estilo naturalista, defendido fervorosamente por P.H. Emerson (1856-1936) em seu livro Fotografia Naturalística para Estudantes da Arte. A fotografia naturalista vai contra a imagem artística, a ideia é captar imagens que retratem exatamente o que o olho humano viu na cena. Manipulações e edições são proibidas aqui, a não ser que sejam praticadas para corrigir falhas da câmera, com o objetivo de ser totalmente fiel ao assunto original.


Ernst Gombrich (1909-2001), um dos mais célebres historiadores de arte do século XX, oferece uma definição da semelhança da imagem com a realidade, que compartilharei com vocês para quem compreendam a fundo a ideia de fotografia naturalista:

“Uma imagem fiel é uma superfície física delimitada, processada de um tal modo que reflete (ou transmite) um feixe de raios de luz num dado ponto que coincidiria com o mesmo feixe de raios do original àquele ponto.”

Este é o estilo naturalista: guardar um registro da realidade exatamente como ela é. Foi no auge deste movimento, por volta dos anos 1890, que nasceu a discussão para definir se fotografia pode ser considerada arte ou não. Afinal, podemos construir novas imagens e recriar momentos, ou o correto seria apenas registrar o real, sem edições? Até hoje, muitas pessoas não conseguem responder à essa pergunta.

O estilo é contra o pictorialismo, que se inspirou nas técnicas estéticas de pinturas e gravuras para criar imagens fotográficas quase que irreais.

Eu sou a favor da liberdade de criação e acredito que todos devem utilizar a fotografia como desejarem. É por conta dessa liberdade criativa que encontramos lindos trabalhos por aí. Mas acredito que a fotografia naturalista também tem seu charme. Ainda mais em um mundo digital em que tudo parece estar obrigado a passar por algum tipo de manipulação.

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